quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

HIPERTEXTO



1º) Quais as principais características do hipertexto?


  • Princípio da metamorfose: A Rede Hipertextual está em constante construção e renegociação.
  • Princípio da Heterogeneidade: Os Nós e as conexões de uma rede hipertextual são heterogêneos
  • Princípio da multiplicidade e de encaixe das escalas; O Hipertexto se organiza em um modo fractal, ou seja, qualquer nó ou conexão quando analisado, pode revelar-se como sendo composto por toda uma rede.
  • Princípio de Exterioridade; A rede não possui unidade orgânica nem motor interno. Seu crescimento e sua diminuição, sua composição e sua recomposição permanente dependem de um exterior indeterminado.
  • Princípio de Topologia; Nos Hipertextos tudo funciona por proximidade por vizinhança.
  • Princípio da Mobilidade dos centros; A Rede Não tem centro, ou melhor, possui permanentemente diversos centros, que são como pontas luminosas perpetuamente móveis.
        

2º) Como surgiu o hipertexto?



O hipertexto é uma realidade na vida da maioria dos usuários da web, e graças a ele a informação ganhou dinamismo, e o leitor, novas possibilidades de leitura. A leitura costumava ser um processo linear e hierarquizado, até que um dia fomos agraciados pelas inovações tecnológicas que nos permitem acessar qualquer tipo de informação a qualquer hora e lugar, basta que estejamos conectados à internet. Essa democratização da informação alterou nossa relação com o conhecimento e também modificou os processos de leitura e escrita de textos. Saiu a burocracia dos papéis e entraram o dinamismo e a interatividade que os suportes tecnológicos nos fornecem. Essa maravilha da era digital só foi possível porque, na década de sessenta (1965), um homem visionário imaginou ser possível a criação de um tipo de texto eletrônico através de uma tecnologia radicalmente nova, para denominar a forma de escrita/leitura não linear na informática, pelo sistema “Xanadu”. Até então a ideia de hipertextualidade havia sido apenas manifestada pelo matemático e físico Vannevar Bush através do dispositivo “Memex” em 1945. Seu nome é Theodor H. Nelson, filósofo, sociólogo e pioneiro da Tecnologia da Informação, responsável pela origem do hipertexto. A partir de sua grande ideia, que serviu de parâmetro de pesquisa, outros cientistas puderam desenvolver, ao longo de décadas, aquilo que é realidade hoje. A idéia de hipertexto nasce da investigação sobre o funcionamento da mente humana onde as interpretações são construídas por associações formando uma rede intrincada. Bush pensou num mecanismo que utilizá-se o mesmo processo de acesso aleatório à memória para permitir a consulta de dados de uma forma rápida e flexível. Para alguns estudiosos, o hipertexto é uma estrutura interativa de apresentação que possui três componentes principais: uma base de dados textual; uma rede semântica entre diferentes unidades temáticas e ferramentas informáticas. Sua navegação é baseada em elementos gráficos conhecidos por ícones, que interligam-se à base de dados, à rede semântica e às unidades temáticas através de um mecanismo conhecido por link. 

3º) Na sua concepção, qual a importância de se compreender o hipertexto?


O hipertexto é uma ferramenta riquíssima de possibilidades de acesso à informação e ao conhecimento de auxílio profissional indiscutível. Na sala de aula o trabalho com hipertexto pode impulsionar o aluno à pesquisa e à produção textual. Como ferramenta de ensino e aprendizagem facilita um ambiente no qual a aprendizagem acontece de forma construtiva por descoberta, pois ao tentar localizar uma informação, os usuários de hipertexto, participam ativamente de um processo de busca e construção do conhecimento. Por fim, o trabalho com o hipertexto além de inserir o aluno e o processo educativo no mundo digital, favorece à colaboração, uma atividade que trás inúmeros benefícios no que se refere à construção individual e coletiva do conhecimento, os alunos aprendem mais e através de diversas fontes. A noção de hipertexto também pode ser encontrada em meios físicos, como os livros. Quando você acessa uma nota de rodapé, um verbete do dicionário e até mesmo um verbete de enciclopédia para complementar ou entender melhor um determinado texto que está lendo, você também está criando seu hipertexto. A diferença é que, na internet, o hipertexto encontrou seu meio de vida ideal, já que graças a ela temos acesso ilimitado a outros textos de forma instantânea. Você não precisa interromper sua leitura e procurar por um dicionário para acessar o significado de uma palavra, pois todo esse processo pode ser feito através de poucos cliques no mouse ou toques na tela.

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

ROMANTISMO

O Romantismo brasileiro surgiu em 1836 com a publicação de “Suspiros Poéticos e Saudades” de Gonçalves de Magalhães. Mas se originou mesmo na Alemanha e Inglaterra no final do séc. XVIII e se desenvolveu no Brasil durante o séc. XIX. O estilo romântico revela-se inicialmente idealista e sonhador, depois, crítico e retórico mas sempre sentimental e nacionalista.
A característica principal da Poesia Romântica é a expressão plena dos sentimentos pessoais, com os autores voltados para o seu mundo interior e fazendo da literatura um meio de desabafo e confissão. A vida passa a ser encarada de um ângulo pessoal, em que se sobressai um intenso desejo de liberdade.

CARACTERÍSTICAS GERAIS:

-Exaltação dos sentimentos pessoais;
-Expressa os estados da alma;
-Exaltação da liberdade, igualdade e reformas sociais;
-Valorização da natureza;
-Sentimento nacionalista

A primeira fase do Romantismo brasileiro, compreendida entre os anos de 1836 e 1852, caracterizou-se pela busca de definição de uma identidade nacional. Reunidos em torno de Gonçalves de Magalhães, cuja obra Suspiros Poéticos e Saudades, de 1836, é tida como marco fundador do movimento no Brasil, um grupo de homens públicos e letrados articulou a formação de um clima de opinião favorável à autonomia cultural do país. O processo de emancipação desencadeado daí em diante deve ser entendido, no plano cultural, como o equivalente da independência política, conquistada em 1822.
O fervor patriótico desse grupo, integrado por Martins Pena, Francisco Adolfo de Varnhagen e João Manuel Pereirada Silva, entre diversos outros, manifestou-se inicialmente por meio da imprensa, que desde a chegada de D. João VI, em 1808, tomava impulso no país. Nas três primeiras décadas do século XIX, foram fundadas dezenas de jornais e revistas, a maioria de duração efêmera. Mas a proliferação desses periódicos, geralmente dedicados à política, literatura e ciências, exprime a urgência e o anseio de expressar e fazer circular publicamente o conhecimento e a opinião.
A revista Niterói, fundada em 1836 por Gonçalves de Magalhães, Manuel de Araújo Porto-Alegre e Francisco SalesTorres-Homem, participa desse contexto de florescimento da imprensa. A publicação, também de cunho científico, literário e artístico, foi fundada em Paris e tinha como epígrafe a frase "Tudo pelo Brasil e para o Brasil", e foi a primeira a promover a difusão consciente do Romantismo no país. O programa de reforma e nacionalização da literatura brasileira, veiculado por artigos e estudos publicados na revista, tinha origem nas idéias do escritor português Almeida Garrett e do historiador francês FerdinandDenis (1798 - 1890), pioneiro no estudo da literatura brasileira.
Foi à poesia, porém, que coube o papel de consolidação do Romantismo no país. Mais especificamente a Gonçalves Dias, o poeta mais representativo da primeira fase do movimento. Em poemas de temática indianista, como I- Juca Pirama, ou patriótica, como Canção do Exílio, ele transformou em experiência o que antes era apenas tema. A transformação fica evidente ao se comparar "O Dia 7 de Setembro", de Gonçalves de Magalhães, com a "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias. O assunto comum - o amor e a saudade da pátria - é abordado em tom protocolar e oficial no poema de Magalhães, ao passo que Gonçalves Dias harmoniza rigor formal e sentimento num poema ainda hoje capaz de fazer vibrar as cordas do amor pelo país natal.
Graças à complexidade dos recursos formais empregados por Gonçalves Dias, saudade, melancolia, natureza, índio, enfim, toda a galeria temática do Romantismo ganha significado para além da tentativa de se fazer um mero registro da realidade do país.
A primeira geração:
(Nacionalista–indianista) era voltada para a natureza, o regresso ao passado histórico e ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes.
Principais autores: podemos destacar Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre. Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do Romantismo no Brasil.
Principais obras: Suspiros Poéticos e Saudades. Gonçalves Dias foi o mais significativo poeta romântico brasileiro. Obras: Canção do exílio, I-Juca-Pirama. Araújo Porto Alegre fundou com os outros dois a Revista Niterói-Brasiliense.
Características: nacionalismo ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo (linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo, o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e sentimentalismo.
No Romantismo, o indivíduo sente-se em desajuste com a sociedade, por isso a necessidade de fugir da realidade. Um dos mecanismos usados para fugir da realidade é voltar-se para o passado.
No Romantismo europeu, a volta ao passado histórico leva à Idade Média, onde estão as origens das nações europeias. Mas, como o Brasil não teve Idade Média, voltar ao passado significa redescobrir o país antes da chegada dos europeus, quando era habitado por nações indígenas.
Valorização da natureza 
Outro mecanismo usado para fugir da realidade é voltar-se para paisagens novas, que podem ser exóticas, como o Oriente, ou primitivas, como a selva. Por isso, uma das características da nossa primeira geração romântica é a valorização da natureza pátria. Assim como o índio, foi escolhida como um dos símbolos da nacionalidade brasileira, como ocorre nos versos de Gonçalves Dias, do poema Canção do Exílio (1843), um dos mais citados em nossa cultura.
O tema que fascinou os escritores da segunda geração romântica brasileira foi a morte. Nas obras dos escritores desse período está presente uma visão negativa do mundo e da sociedade, onde expressam seu pessimismo e sentimento de inadequação à realidade, pois viviam uma vida desregrada, dividida entre os estudos acadêmicos, o ócio, os casos amorosos e a leitura de obras literárias, como as de Musset e Byron.
A segunda geração, também conhecida como ultrarromantismo, encontra no Brasil discípulos fervorosos, que diante do amor apresentam uma visão dualista, envolvendo atração e medo, desejo e culpa. Em seus poemas, a imagem de perfeição feminina apresenta os traços de morte, condenando implicitamente qualquer forma de manifestação física do amor.
Álvares de Azevedo (1831- 1852)
Pode-se dizer que sua obra possui características góticas, pois retratam paisagens sombrias, donzelas em perigo, personagens misteriosas, envoltas em vultos e véus entre outros.
O amor para Álvares de Azevedo é visto sob um plano imaterial, consequentemente, a figura feminina representa algo intocável. A começar pelo título (Pálida Inocência) infere-se que tal constatação se perfaz de extrema veracidade, pois o adjetivo “pálida” revela aquela mulher natural, isenta de quaisquer elementos que possam despertar senão o respeito e adoração, representando, portanto, alguém com poderes divinos, santificados. Mesmo que o eu-lírico manifeste desejos, esse amor está aquém de suas vontades, ficando somente no plano dos sonhos.
A frustração presente em sua obra é amenizada apenas através da lembrança da mãe e da irmã. Além disso, a perspectiva da morte, apesar de assustadora, traz conforto por saber que cessará a dor física causada pela doença e pelos sofrimentos amorosos do poeta.
Casimiro de Abreu (1839-1860)
Os aspectos formais de sua obra são considerados fracos, porém, sua temática revela grande importância no desenvolvimento da poesia romântica para as letras brasileiras. Sua linguagem simples, acompanhada por um ritmo fácil, rima pobre e repetitiva revelam um poeta empenhado na expressão dos sentimentos saudosistas com relação à pátria e à infância.
Fagundes Varela (1841-1875)
sua obra cresce consideravelmente em função das amarguras da vida causadas pelas perdas dos filhos (outro filho seu morre, também prematuramente) e da esposa. Ela é variada e gira em torno da exaltação da natureza e da pátria, da morte, do mal-do-século, do sentimento religioso, além de poemas que tratam da abolição da escravatura em que prega uma América livre, como é o caso dos poemas presentes no conjunto Vozes da América (1864). Faleceu jovem, aos trinta e três anos.
A terceira geração é também conhecida como “O condoreirismo”, os poetas dessa geração apresentam estilo grandioso ao tratarem de temas sociais, eram comprometidos com a causa abolicionista e republicana desenvolvendo, assim, a poesia social.
Castro Alves é o poeta que mais se destaca. Inspirado nos princípios de VictorHugo, ele começa a escrever poemas sobre a escravidão. Há, retratado em seus poemas, o lado feio e esquecido pelos primeiros românticos: a escravidão dos negros, a opressão e a ignorância do povo brasileiro.
Castro Alves ficou conhecido como “o poeta dos escravos”.
Uma das principais características de sua obra é a eloquência, a utilização de hipérboles, de antíteses, de metáforas, comparações grandiosas e diversas figuras de linguagem, além da sugestão de imagens e do apelo auditivo. O poeta também faz referência a diversos fatos históricos ocorridos no país, tais como a Independência da Bahia, a Inconfidência Mineira (presente na peça O Gonzaga ou a Revolução de Minas)
Diferentemente dos poetas da primeira geração, individualistas e preocupados com a expressão dos próprios sentimentos, Castro Alves demonstra preocupação com os problema sociais presentes na sua época. Demonstra também um certo questionamento aos ideais de nacionalidade, pois, de que adiantava louvar um país cuja economia estava baseada na exploração de sua população (mais especificamente dos índios e dos negros)?

A visão do poeta demonstra paixão e fulgor pela vida, diferentemente dos poetas ultrarromânticos da geração precedente.
a) poesia lírico-amorosa: a poesia lírico-amorosa está associada ao período em que o poeta esteve envolvido com a atriz portuguesa Eugênia Câmara. Assim, a virgem idealizada dá lugar a uma mulher de carne e osso e sensualizada. No entanto, o poeta ainda é um jovem inocente e terno em face a sua amada corporificada e cheia de desejo.
b) poesia social: poeta da liberdade, Castro denuncia as desigualdades sociais e a situação da escravidão no país, além de solidarizar-se com os negros, que eram trazidos de modo precário dentro dos navios negreiros. Castro clamava à natureza e às entidades divinas para que vissem a injustiça cometida pelos homens sobre os homens e interviessem para que a viagem rumo ao Brasil fosse interrompida.